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Reflexão

“Aquele que não luta para ter o futuro que quer..... Deve aceitar o futuro que vier.”

sábado, 17 de março de 2012

Índia _ Viagem Louca



Quando acho que não poderia viver mais louca situação, eis que sou surpreendido. E o dia de hoje foi cheio de surpresas.
Deixei Anjuna, começava-me a habituar a tão fácil vida, já só estava a pagar 100 rupias pela casa (1,5 Eur), havia criado amizades no restaurante da frente onde passava os dias no chill out da varanda para o mar a beber sumos de fruta e a comer peixes grelhados e saladas saudáveis, à noite eram as tertúlias à luz das velas frente ao mar. No próximo ano, quero voltar, espero que continuem todos bem. A época não lhes foi favorável, têm 3 meses de trabalho onde juntam economias para o ano inteiro, e os ataques bombistas em Mumbai afectou imenso o turismo pelo que estão todos preocupados em como fazer para subsistirem.
Esperei em Anjuna até duas horas antes de apanhar o comboio e depois lá fui para a paragem do bus.
- Viagem Louca Indiana parte I:
Param dois autocarros ao mesmo tempo na paragem vindo de sítios diferentes mas indo para o mesmo sítio (Mapusa). Ia para entrar no primeiro que estava cheio quando surge o outro, que estava praticamente vazio. Desse outro, alguém gritava MAPUSA MAPUSA MAPUSA, o autocarro não terá estado mais que 10 segundos parado e eu lá entrei já com ele em andamento. Tentem visualizar o que de seguida vos conto: dois homens dentro do autocarro a gritar MAPUSA MAPUSA para a rua enquanto que o motorista, a alta velocidade, apitava como se o fim do mundo estivesse próximo e o autocarro dele estivesse a fugir. Eu já não conseguia parar de me rir, creio que terá havido um indiano ou outro que me percebeu. O autocarro terá estado mais tempo em contra-mão que na sua via, é incrível a forma como eles se esquivam em momentos tão precisos e a milímetros de terem um acidente. Continuo sem acreditar que ainda não vi um único acidente, mas talvez seja como o motorista do taxi de Arambol me falou quando lhe perguntei porque não vejo acidentes – “They exist, if you don’t seem them, it’s because you bring good luck with you”.
Após aquela corrida a alta-velocidade onde o autocarro parecia querer bater algum recorde de tempo e ao mesmo tempo de ocupantes recolhidos da rua à força, o autocarro faz uma paragem. Uma paragem de meia hora…! Fiquei sem perceber o porquê de toda aquela velocidade mas… ok, estou na Índia.
Com essa paragem arrisquei o comboi, e isso não podia de forma alguma acontecer pelo que fui de taxi assim que saí em Mapusa. Existem os taxi-carro, os rickshaw que são umas motas de 3 rodas e existem as motas. Surge-me um homem de mota que me pergunta para onde vou, digo-lhe que quero ir para Thivim, e sem pensar, aceito e subo para a mota. Não me ocorreu o medo que eu tenho a motas nem tão pouco o facto de estar com duas mochilas.
- Viagem Louca Indiana parte II:
Hora de ponta, trânsito louco, autocarros motas carros pessoas, tudo misturado, o taxista esguio tenta o mais rápido possível chegar ao seu destino, quase sempre em contra-mão e a desviar-se sempre quando eu achava que iamos bater e já não conseguíamos margem para a manobra. O homenzinho não terá quase nunca respirado de tanto que o apertei para me segurar. Chegamos a tempo de apanhar o comboio!
- Viagem Louca Indiana parte III:
O início desta minha viagem de comboio foi a continuação de uma loucura nunca antes vivida. Comprei o bilhete com 2 dias de antecedência e no entanto estava em lista de espera para conseguir um lugar, era o 167 passageiro em espera sem sítio no comboio onde poder estar. Entrei no comboio e sentei-me num lugar e esperei que tudo fica-se mais calmo para de seguida ir procurar o revisor e lhe expor a minha situação. Em frente ao lugar onde me sentei, estava um simpático casal que me ajudou imenso nesta aventura. A senhora era Goesa e sabia ainda algumas palavras em Português que havia aprendido na escola, o seu avô falava português. O marido deu-me a dica: “Vais ter com o revisor e vais suborna-lo, vais-lhe dizer que precisas muito de um lugar e dás-lhe 30 rupias”. Eu, que já havia visto de tudo ou quase, já nem estranhei e lá fui eu ter com o senhor. Até eu me conseguir entender com o homem, percorri a parte do norte do comboio desde o senhor que me dava as dicas, ao revisor, umas 5 vezes. Infelizmente não resultou, pois estava mesmo cheio e ele não podia fazer nada. O senhora das dicas diz-me para ir então à classe seguinte do comboio procurar o revisor dessa área. E eu fui. Entre uma classe e outra existe uma cozinha, e vocês não imaginam a confusão e caos que é atravessar essa carruagem. Dezenas de homens correm de um lado para o outro desenfreadamente, eu parei e comecei a rir ao observar aquela loucura, não consegui deixar de o fazer. Gritavam para todo o lado, tropeçavam, da cozinha vinha uma intensa mistura de odores e vapores quentes, o corredor da carruagem estava inundado de caixas e de refeições, mais tarde quando acalmou voltei para filmar. Entre o revisor da classe seguinte e o senhora das dicas, haveriam umas 5 carruagens. Até me conseguir entender com o revisor, atravessei e voltei ao mesmo umas 5 vezes, o atravessar a carruagem-cozinha era sem dúvida a parte mais complicada. Por vezes aproveitava o comboio parar para saír e correr sem ter que atravessar as carruagens. Haviam já indianos que se riam de tantas vezes que me viam a passar no mesmo sítio e eu igualmente já não podia deixar de me rir com a situação. Finalmente lá me entendi com o revisor e lhe paguei uns 8 eur pelo bilhete. 12,5 Eur no total que me ficou o bilhete de Goa para Mumbai, uma viagem de 12 horas. Muito dinheiro para as viagens low cost que ando a fazer! Mas não havia solução, só havia lugar nas classes de luxo. Finalmente encontrei o meu lugar e sentei-me, estava em um compartimento com uma família. Dormi as 12 horas… estava cansado de tanta aventura.

sábado, 3 de março de 2012

Campos do Jordão



Clima europeu, atrativos naturais e badalação fazem de Campos do Jordão o principal destino de inverno do país

Arte UOL
No alto da Serra da Mantiqueira, a 1.700 metros de altitude, Campos do Jordão é destino certeiro para quem gosta de curtir o inverno. Pousadas e hotéis aconchegantes, bares e restaurantes requintados e uma intensa programação cultural transformam a cidade paulista em uma das estâncias turísticas mais procuradas quando as temperaturas caem e o frio aparece. Entre junho e julho, cerca de um milhão de turistas passam por lá. As construções em estilo alpino, a beleza natural e a pureza do clima de montanha só completam a lista de motivos para que o município serrano seja tão disputado nos meses mais gelados do ano.

Foi fundada em 16 de junho de 1934, quando se desligou da vizinha São Bento do Sapucaí, mas começou a se configurar como cidade com a chegada do português Matheus da Costa Pinto, morador de Pindamonhangaba. Em 29 de abril de 1874 ele subiu a serra e comprou terras à beira do rio Imbiri, onde instalou uma vendinha, montou uma pensão, levantou uma capela em honra de São Matheus e edificou uma escola.

Repleta de pinheirais e araucárias, a cidade é situada em um vale e tem cerca de 85% de seu território composto por regiões onduladas. Isso faz com que o sol ilumine a cidade durante boa parte do ano, atingindo o grau máximo de luminosidade no inverno, quando a temperatura pode chegar em média a 5 graus negativos.

Localizada entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, Campos do Jordão possui três vias principais de acesso, sendo duas rodoviárias e uma ferroviária. Turistas que procuram hospedagens mais em conta ou têm interesse em dar uma escapadinha do agito de Campos podem aproveitar para visitar os municípios vizinhos, como Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí.

Conhecida como a "Suíça Brasileira", Campos do Jordão tem entre seus visitantes celebridades e personalidades. Entre suas vilas, a mais badalada é Capivari. Cercada por um forte clima europeu e dona de uma variedade gastronômica, a vila é o point preferido dos turistas na alta temporada. Por ali, se concentram ainda diversas lojas especializadas em malhas e chocolates, a disputada cervejaria Baden Baden e o teleférico do Morro do Elefante, parada obrigatória para os que vão ao município. Do alto dos 1.800 metros do morro, o turista tem uma visão panorâmica e privilegiada de Campos.

A cidade também conta com um evento anual de renome, que é o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão. O evento dedicado à música erudita leva à cidade um mix de atrações culturais e promove apresentações em diversos pontos. Os artistas nacionais e internacionais se revezam em palcos como o da Praça Central, onde geralmente acontecem as performances gratuitas, e o do Auditório Cláudio Santoro, onde é preciso pagar para ver os shows.

Para quem é ligado em natureza, Campos do Jordão oferece diversas atrações ecológicas. O visitante pode escolher entre trilhas, pescaria, arvorismo e passeios a cavalo, entre outras modalidades. Há paisagens, como a do Complexo da Pedra do Baú e do Pico de Itapeva, que já fazem parte do circuito tradicional de ecoturismo da região, mas também há novidades como o Parque Amantikir, que possui jardins temáticos inspirados em países como Japão, Canadá e Inglaterra.

Uma das mais charmosas e tradicionais atrações turísticas de Campos do Jordão é o passeio de trem. A ferrovia era até a década de 70 uma das formas mais fáceis de acesso a cidade e hoje conta com quatro passeios diferentes: o Turístico (trecho de 8 km), Maria Fumaça (4 km), Santo Antônio do Pinhal (19 km) e Pindamonhangaba (esse, mais cansativo, percorre 47 km).

Apesar de fazer mais sucesso durante o inverno, Campos do Jordão pode ser visitada durante o ano todo. A cidade possui uma excelente infra-estrutura, com cerca de 8.000 leitos em hotéis e pousadas, casas para aluguel, incontáveis opções de restaurantes e atrações. Sem contar que, fora da alta temporada, o sossego impera, contribuindo para uma estada mais tranqüila e barata, sem o tumulto e o trânsito dos meses mais frios.